Seis meses. Esse era o tempo que os médicos deram para Celeidino Vieira Fernandes viver, caso não encontrasse um doador de coração compatível. A espera durou mais de um ano. Mas o destino interveio de forma surpreendente — e transformadora.
O marido de Leila de Oliveira Mendes faleceu em 1998, e apesar da resistência inicial, ela autorizou a doação dos órgãos. O coração dele foi parar no peito de Celeidino. O gesto salvou sua vida. Um ano depois, movido pela gratidão, ele foi em busca da família do doador. Foi assim que conheceu Leila e acabou encontrando também o amor.
"Quando ele me abraçou e disse: ‘Escuta aqui o coração do teu marido’, eu levei um susto enorme", relembra Leila. Eles nunca haviam se visto antes. A aproximação se transformou em amizade e, anos depois, em romance. Desde 2003, o casal mora em Jardim (MS) e compartilha uma vida marcada por amor, superação e propósito.
Hoje, comemorando 26 anos desde o transplante, o casal defende com entusiasmo a doação de órgãos. “Você pode manter alguém vivo em outra pessoa. Foi isso que me fez mudar de ideia na hora da doação”, conta Leila.
Celeidino viveu bem com o novo coração por dez anos, sem qualquer rejeição. Em 2019, enfrentou mais um desafio: um transplante de rim. “Mas eu sou muito entusiasmado. Sempre acredito que vai dar certo e deu!”, diz ele.
Para os dois, a história que viveram é um exemplo real de que a doação transforma vidas: “É um ato de amor. Tem muita gente sofrendo, esperando uma chance. Vale a pena ser doador”, afirma Celeidino.
Leila concorda: “Hoje penso completamente diferente. A doação deu um novo sentido à minha vida e salvou muitas outras. Precisamos falar mais sobre isso.”
A história de Celeidino e Leila é mais do que uma história de transplante. É uma história de renascimento, de esperança e de amor.