Uma nova pesquisa da Quaest, divulgada nesta quinta-feira (5), traz um alerta sobre o cenário político brasileiro para as eleições presidenciais de 2026: o país está dividido, e Lula não lidera mais com folga. A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empata tecnicamente com todos os principais nomes da direita, incluindo Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Ratinho Jr., Eduardo Leite e até mesmo Jair Bolsonaro, que está inelegível.
Segundo o levantamento, Lula e Bolsonaro têm exatamente 41% das intenções de voto cada um em um eventual segundo turno. O dado mais alarmante, porém, é a alta rejeição tanto do atual presidente (57%) quanto do ex-presidente (55%), o que revela um cenário de desgaste político generalizado.
O estudo testou oito cenários de 2º turno. Em todos, Lula aparece com desempenho semelhante ao dos adversários da nova direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chegou a 40% contra 41% de Lula, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 39% contra 43% de Lula — ambos empates técnicos dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Outros nomes como Ratinho Jr. (38%), Eduardo Leite (36%), Romeu Zema (33%), Eduardo Bolsonaro (34%) e Ronaldo Caiado (33%) também aparecem competitivos contra o presidente.
Apesar de ainda liderar nos cenários simulados, Lula perdeu vantagem desde abril, quando vencia quase todos os confrontos diretos. A desconstrução da imagem dos adversários tem cedido espaço a um crescimento consistente de conhecimento e aceitação desses nomes.
Com Bolsonaro fora da disputa, por enquanto, o eleitorado de direita parece dividido. A pesquisa mostra que Tarcísio (17%) e Michelle (16%) estão tecnicamente empatados na preferência do eleitorado como sucessores do bolsonarismo. Ratinho Jr. aparece em seguida, com 11%.
A novidade é que figuras menos conhecidas do grande público, como Ronaldo Caiado e Romeu Zema, apresentam as menores taxas de rejeição, embora ainda enfrentem o desafio do desconhecimento: 60% dos entrevistados não conhecem Zema e 62% não conhecem Caiado.
Mesmo com chances de reeleição, 66% dos entrevistados acreditam que Lula não deveria tentar um novo mandato, contra apenas 32% que apoiam a continuidade. O número representa uma piora em relação a abril, quando 35% eram favoráveis à reeleição.
Do outro lado, 65% dos brasileiros defendem que Bolsonaro abra mão da candidatura, apoiando outro nome, mesmo que ele insista em manter a própria postulação, ainda que inelegível.
A pesquisa também revela que o medo político está equilibrado: 45% dos brasileiros temem a volta de Bolsonaro ao poder, enquanto 40% têm medo da permanência de Lula no cargo. O dado mostra o nível de polarização e exaustão do eleitorado com os principais líderes do país.
A eleição de 2026 está longe, mas a nova rodada da Quaest mostra que não há espaço para favoritismo. Lula ainda é um nome forte, mas enfrenta um terreno de rejeição crescente, enquanto novos nomes da direita ganham musculatura e popularidade.
O Brasil segue dividido, e o futuro está mais incerto do que nunca.