Depois de quase quatro dias de buscas intensas e emocionantes, o corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi resgatado nesta terça-feira (24) nas encostas do Monte Rinjani, na Indonésia. A jovem caiu de uma trilha durante uma expedição e foi encontrada sem vida cerca de 600 metros abaixo da trilha principal, em uma área de difícil acesso, cercada por rochas íngremes, neblina intensa e ventos instáveis.
O resgate, que mobilizou a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), equipes do Esquadrão Rinjani — especializado em operações de risco — e voluntários locais, durou cerca de 15 horas e exigiu a instalação manual de pontos de ancoragem nas pedras, já que o uso de helicópteros foi inviabilizado pelo mau tempo.
O corpo de Juliana foi içado com o uso de cordas e carregado em uma maca até o ponto mais alto de acesso. De lá, o comboio partiu em direção a Sembalun, cidade mais próxima da região do vulcão, e chegou ao Hospital Bhayangkara às 20h40 no horário local (9h40 de Brasília).
6h (Lombok) / 17h (Brasília): início das operações no desfiladeiro.
13h51 (Lombok) / 2h51 (Brasília): equipe e corpo são içados até o ponto de ancoragem superior.
15h50 (Lombok) / 4h50 (Brasília): comboio começa a descida para Sembalun.
20h40 (Lombok) / 9h40 (Brasília): corpo entregue oficialmente ao hospital.
Três equipes participaram diretamente da operação. Sete pessoas atuaram nos pontos críticos do desfiladeiro — três a 400 metros de profundidade e quatro a 600 metros, onde Juliana foi localizada.
Um dos momentos mais marcantes do caso foi o envolvimento de um montanhista voluntário, que usou suas redes sociais para relatar a dureza do trajeto e as dificuldades enfrentadas:
“Não pude fazer muito, só consegui ajudar desta forma . Que suas boas ações sejam aceitas por ele. Amém!”, escreveu ele, mostrando imagens da neblina, do terreno escorregadio e das rápidas mudanças de temperatura.
De acordo com Muhammad Syafi’i, marechal do ar e chefe da Basarnas, "o processo de repatriação agora será conduzido pelas autoridades locais e pela família da vítima".
Juliana Marins era natural do Rio de Janeiro, morava em Niterói e era formada em Publicidade pela UFRJ. Além da profissão, ela também era conhecida por sua atuação como dançarina de pole dance e pelas aventuras que compartilhava em suas redes sociais.
Sua morte gerou comoção no Brasil e no exterior. A forma como seu resgate mobilizou voluntários, profissionais e toda uma rede de empatia internacional reforça a memória de uma jovem corajosa e cheia de vida, que partiu precocemente em busca de seus sonhos.