O Brasil ainda enfrenta um grande desafio no combate ao câncer de mama: nem todas as mulheres conseguem fazer os exames no tempo certo.
Mesmo com milhares de mamógrafos espalhados pelo país, eles não estão distribuídos de forma equilibrada.
De acordo com o Atlas da Radiologia no Brasil 2025, do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), existem 6,8 mil mamógrafos em funcionamento.
Mas quase metade deles está concentrada na região Sudeste, enquanto o Norte e o Centro-Oeste têm números muito menores.
A diferença não está apenas entre as regiões do país.
Também há uma grande distância entre quem usa o Sistema Único de Saúde (SUS) e quem tem plano de saúde.
As mulheres que dependem exclusivamente do SUS têm três vezes menos acesso à mamografia do que aquelas atendidas na rede privada.
Na prática, isso significa que, mesmo existindo aparelhos suficientes no país, a maioria das mulheres não consegue usá-los.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 73 mil mulheres recebem o diagnóstico de câncer de mama todos os anos no Brasil.
Para aumentar as chances de cura, é essencial detectar o tumor o mais cedo possível.
Por isso, o Ministério da Saúde atualizou suas orientações:
agora, mulheres de 40 a 49 anos, mesmo sem sintomas, também devem fazer mamografia regularmente.
Essa faixa etária concentra cerca de 23% dos casos da doença.
O problema é que, para muitas brasileiras, fazer o exame ainda é uma batalha — por falta de aparelhos próximos ou de vagas no sistema público.
“O Brasil até tem um número razoável de equipamentos, mas eles estão mal distribuídos.
O rastreamento precisa ser justo e eficaz. Isso só é possível com planejamento e políticas públicas que garantam acesso universal à mamografia.”
— Rubens Chojniak, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR)
O estudo mostra que:
A região Sudeste tem 3.084 aparelhos — quase metade do total.
Só o estado de São Paulo tem 1.523, mais do que toda a região Norte, que possui apenas 482 (sendo 11 em Roraima, 23 no Acre e 26 no Amapá).
Quando se leva em conta o tamanho da população, a desigualdade fica ainda mais evidente:
A média nacional é de 3,21 aparelhos por 100 mil habitantes;
Roraima tem apenas 1,53 por 100 mil — o pior índice;
Já a Paraíba lidera, com 4,32 por 100 mil pessoas.
Dos 6,8 mil mamógrafos existentes, apenas 3.412 estão disponíveis no SUS, que atende 75% da população brasileira.
Isso representa 2,13 aparelhos por 100 mil pessoas — número considerado insuficiente pelos especialistas.
Alguns exemplos:
No Acre, há 23 equipamentos, mas só 7 podem ser usados pelo SUS — menos de 1 por 100 mil habitantes;
Em Roraima, o cenário é semelhante;
No Distrito Federal, apenas 15% dos mamógrafos atendem à rede pública.
“O SUS atende três quartos da população, mas tem menos da metade dos aparelhos.
Sem equilíbrio, o acesso universal à prevenção se torna impossível.”
— Rubens Chojniak
Por outro lado, alguns estados, como Paraíba, Amazonas e Santa Catarina, apresentam melhor equilíbrio entre os aparelhos disponíveis nas redes pública e privada.
O Brasil tem a tecnologia necessária para enfrentar o câncer de mama, mas ainda precisa garantir que ela chegue a todas as mulheres.
Levar mamógrafos e profissionais para regiões mais distantes é essencial para salvar vidas e tornar o diagnóstico precoce uma realidade e não um privilégio.
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